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terça-feira, 16 de outubro de 2012

Gelibolu (Gallipoli) Parque Nacional

O Parque Nacional de Gelibolu, região conhecida antigamente como Gallipoli (do grego Kallipolis, "cidade bonita"), está localizado na província de Çanakkale. Fundando em 1973,  com uma área de 33 mil hectares,  o parque abriga vários cemitérios, museus e monumentos em honra aos milhares de soldados mortos no local durante a I Guerra Mundial, na Batalha de Çanakkale. Na área do parque existe uma pequena população que ali vive, segundo as regras de proteção ambiental estabelecidas pelo parque, dedicando-se ao pequeno pastoreio e à pesca.
 O Estreito de Dardanelos (passagem que liga o Mar Egeu ao Mar de Mármara, conectanto Europa e Ásia) foi o cenário de uma das mais sangrentas batalhas da I Guerra Mundial, onde  franceses e britânicos (incluindo australianos e neozelandeses) tentaram invadir e tomar Istambul, atacando os turcos-otomanos através do Dardanelos. A batalha de Çanakkale durou cerca de 8 meses, de abril de 1915 a dezembro do mesmo ano, quando foram evacuados todos os Anzacs ( sigla que designava os grupamento de soldados da Austrália e Nova Zelândia). Os últimos britânicos deixaram o local em janeiro de 1916. Cerca de 80 mil soldados morreram durante o conflito, entre turcos, Anzacs, britânicos e franceses. Todos os anos, no dia 25 de abril, data em que os Anzacs desembarcaram em Gelibolu em 1915, é comemorado o dia Anzac, um evento considerado de grande importância para os governos da Austrália e Nova Zelândia. Existem diversas arquibancadas especialmente armadas para o evento, no local chamado de Baía de Anzac (onde também se localiza um dos cemiérios Anzacs), onde milhares de australianos e neozelandeses  (ex- combatentes e parentes, além de autoridades governamentais ) comparecem para homenagear seus antepassados mortos na Batalha de Çanakkale.
Além dos cemitérios Anzacs e turcos, o Parque Nacional de Gelibolu abriga diversos monumentos que homenageiam os soldados mortos, pequenos museus e as interessantíssimas Tábias , hoje museus ( trincheiras muito bem disfarçadas) onde se escondiam os turcos para bombardearem os barcos invasores que tentavam cruzar o Dardanelos. As tábias foram essenciais para que os turcos vencessem a batalha.
Para quem deseja mergulhar na história da mais famosa batalha da I Guerra Mundial, a batalha de Çanakkale, além de apreciar uma linda paisagem, uma visita ao Parque Nacional de Gelibolu é super recomendada!




Um dos cemitérios turcos do Parque



Detalhe das tumbas dos turcos, com seu chapéu típico, mencionando o nome das cidades de cada soldado, uma vez que muitos corpos foram enterrados em local desconhecido.



Outro cemitério turco



Entrada de um dos cemitérios Anzacs. Cada cemitério Anzac tem um nome diferente, esse se chama Fazenda cor de rosa.




Detalhe das tumbas do Fazenda Cor de Rosa.




Outro cemitério Anzac, esse chamado Repouso Lancashire.


Um dos monumentos Anzacs.



Cemitério onde estão enterrados os combatentes de um batalhão inteiro onde somente Atatürk sobreviveu.




Painel representando a Batalha de Çanakkale no cemitério do batalhão de Atatürk.



Estátua de Atatürk em combate.


Placas representando todos os soldados turcos mortos em combate, no monumento em homanagem aos mortos.


Detalhes das placas, de vidro, onde listam as cidades do império otomano que enviaram soldados a guerra.



Detalhe do monumento em homanagem aos turcos mortos.



Monumento em homenagem aos mortos.


Estátua representando um soldado turco ajudando um soldado Anzac.




Palavras de Atatürk sobre a sangrenta batalha e seus mortos.



Painel retratando a guerra em frente ao monumento.


Famosa estátua do soldado desconhecido.





Praia dos Anzacs, com as arquibancadas preparadas à espera da chegada de australianos e neozelandeses que todos os anos prestam homagens a seus mortos.



Detalhe da praia e das arquibancadas.


Praia Anzac.



De montanha pode-se avistar a praia dos Anzacs em sua extensão.


Outra vista da praia dos Anzacs.


Pequeno museu do parque.



Casa onde viveu Atatürk durante a batalha de Çanakkale. Hoje museu.



No Museu Casa de Atatürk, pode-se ver balas que se chocaram durante os combates de ambos os lados. Diz-se que a chuva de balas era tão grande que muitas vezes as balas se chocavam entre si no ar.



As tábias eram locais ao longo do Estreito de Dardanelos, onde os turcos atiravam de canhões nos navios inimigos que tentavam adentrar o estreito.


Das tábias pode ser ver uma pequena fortaleza ao longe e mais um cemitério Anzac.




As  tábias além de esconder os canhões, que não podiam ser vistos desde a perspectiva do Estreito de Dardanelos, também serviam de depósitos de munições e local de comunicação. Onde cada tábia se comunicava com outra através do rádio.


Detalhe das tábias.



Canhões em uma das tábias.



Estátua em homagem a um cidadão turco que, embora de estatura baixa, carregava as balas que alimentavam os canhões, que eram extremamente pesadas.



Trincheiras em uma das tábias.



Monumento simbolizando Atatürk no comando de suas tropas.



Parque Nacional de Gelibolu, visto desde Çanakkale. Na montanha frase dita por Mustafá kemal Atatürk, dizendo em termos gerais: Aqui ninguém passa!

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Bergama (Pérgamo) - Acrópolis

A atual cidade de Bergama (80 km ao norte de Izmir) era conhecida no passado como Pérgamo, uma das sete igrejas da ásia, mencionadas na Bíblia, no livro de Apocalipse.  Pérgamo foi sede de um poderoso reinado fundado por Philetaerus em 281 AC, tendo controlado boa parte do oeste da Anatólia, na época da dinastia Attalid , cujo reinado era considerado o mais sábio e o mais justo de toda a região. Com a morte do último rei Attalid, em 133 AC, como o rei não possuía herdeiros, o reinado foi entregue ao império romano.
A antiga Pérgamo possuia uma acrópolis construída nos moldes da acrópolis de Atenas (acrópolis era o nome dado a todas as cidades gregas construídas no alto de uma grande rocha). A cidade teve tanta importância como centro cultural greco-romano, que a biblioteca, que possuía cerca de 200 mil livros, só perdia em importância para a biblioteca de Alexandria, no Egito. A tradição e importância cultural de Pérgamo era tão grande e prestigiosa, que o nome da pele de animal (normalmente de carneiro ou cabra) utilizada para a escrita da época, foi batizada em sua homenagem, com o nome de pergaminho. Pérgamo como toda cidade da antiguidade, possuía diversos templos, já que o politeísmo era praticado, os mais famosos eram o templo de Trajan e o altar de Zeus. O grande teatro de Pérgamo, que tinha capacidade para 10 mil pessoas, é considerado o maior teatro construído em plano inclinado da história antiga.
Uma das formas mais fáceis de se chegar até a antiga acrópolis de Pérgamo é através de um teleférico (paga-se 10 liras pelo ticket de ida e volta), onde se pode apreciar a linda paisagem da atual Bergama, que possui cerca de 60 mil habitantes. Escreverei posts específicos sobre Asklepion e outros lugares interessantes de se visitar em Bergama próximamente.




Teleférico




Foto da parte mais alta do teatro, onde se vê bem embaixo, quase na vertical, o palco. Chega dar uma vertigem!



Vista do teatro. Impressionante! O teatro grego-romano que mais gostei de visitar em toda a Turquia, pela originalidade da construção vertical.


Reconstrução de uma das fachadas do templo de Trajano


Templo de Trajano


Vista de outra parte da acrópolis, perto do templo de Trajano e do teatro


Uma das ruas da acrópolis


Detalhe dos arcos de concreto que suspendiam a cidade sob as rochas



Outro ângulo do templo de Trajano


Vista da acrópolis



 Local onde estava originalmente o famoso e enorme altar de Zeus, removido para o Museu de Berlim, Alemanha.




Maquete do original altar de Zeus, com fotos dos detalhes, no museu de Bergama.



Detalhe dos túneis que ligavam o santuário de Trajano ao teatro.



Muralhas da cidade.


Barragem do rio Bakirçay que localiza-se ao fundo da acrópolis.