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domingo, 26 de dezembro de 2010

Natal na Turquia
















Caros amigos e seguidores do blog, em primeiro lugar gostaria de desejar um feliz natal, atrasado, a todos vocês!
Aqui na Turquia o natal não é comemorado (somente entre os cristãos se comemora) oficialmente. Muitos turcos nem sabem que dia é exatamente o natal, só sabem que é no mês de dezembro. No entanto, as ruas, edifícios e shoppings centers das grandes cidades, como Istambul e Ankara, estão decoradas com luzes de natalinas e até o papel Noel está presente. Este ano o Primeiro-Ministro turco enviou mensagem, nos principais canais de televisão, à população cristã do país desejando um feliz natal a todos. Na Turquia as pessoas sempre confundiram as comemorações do ano novo com o natal, por isso a decoração nas ruas é uma mistura de festa de ano novo com natal, até na televisão é possível ver propagandas com motivos natalinos, no entanto as mensagens não são para o natal e sim desejando um feliz ano novo. Mas como a influência ocidental no país é cada vez mais crescente, é fácil encontrar nas lojas do país diversos artigos de decoração natalina, até mesmo árvores de natal. Nesse meu primeiro natal na Turquia fui à Istambul passar o natal com amigas brasileiras, entre elas a amiga Mari, e preparamos um natal a moda brasileira, com direito a amigo oculto e tudo!
Nas fotos acima estão a mesa natalina que preparamos na casa da Mari, a decoração natalina em Taksim, Istambul e decoração de um shopping center em Ankara.






sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Museu de Mevlana - Konya -parte 2












Continuando o post anterior, mais umas fotos do Museu de Mevlana, que está localizado na cidade de konya, há cerca de 250 km de Ankara. E como sempre vale a pena aprender um pouco mais sobre esse mestre sufi, seguem abaixo os 7 conselhos de Mevlana:
"Seja como o rio em generosidade e em ajuda
Seja como o sol em ternura e misericórdia
Seja como a noite cobrindo os defeitos dos outros
Seja como a terra em humildade e modéstia
Seja como o mar em tolerância
Seja visto como és ou seja como és visto" (Hz Mevlana Jalaladdin Rumi).
Foto 1: Vista da cúpula verde e cemitério ao anoitecer
Foto 2: Vista do Tumba e da Mesquita transformada em museu
Foto 3: Detalhe do minarete
Foto 4: Chafariz e lavatório
Foto 5: Sel Sebil, ou fonte ornamental, que de um prato só distribuí água para os demais pratos, simbolizando que nascemos sozinhos, depois encontramos alguém, casamos e formamos família, mas no final morremos sozinhos, como o último prato, ou seja, nascemos só e morreremos só.

Museu de Mevlana - Konya












Falar de Mevlana Rumi ou Mohammed Jalaladdin, o mais famoso derviche sufista de todos os tempos é algo que me atreverei a fazer, com humildade, e desde já peço licença aos seguidores e conhecedores dessa tradicional e mística ordem sufista Mevlevi para assim fazê-lo.
Mevlana nasceu na cidade de Balk, atualmente parte do Afeganistão por volta de 30 de setembro de 1207. Seu pai era conhecido pelo nome de Sultão Ul Ulema (sultão era a palavra para designar uma pessoa poderosa politicamente, naquela época, ou com muito conhecimento filosófico, que era o caso do pai de Mevlana um importante mestre sufista), Sultão dos Estudantes. A mãe de Mevlana, Mumine Hatun era filha do soberano de Balk. A família de Mevlana foi obrigada a abandonar Balk por ocasião da invasão mongol e se estabeleceu em Karamam, no entanto, após a morte da mãe de Mevlana, o pai solicitou uma nova assignação em uma diferente escola religiosa corânica (madrasa), sendo então designado para a cidade de Konya. Após a morte do pai, Mevlana começou a dar classes na madrasa de Konya, até o dia em que encontrou um sufista independente, conhecido pelo nome de Shams-i Tabrezi. Os dois se identificaram imediatamente como irmãos espirituais e se isolaram em uma cela por 6 meses. Nesse período Mevlana aprendeu, através de Shams, o " llm-i Ledun", um misterioso saber islâmico. Os estudantes de Mevlana não gostaram dessa situação de isolamento de seu mestre, e providenciaram para que Shams deixasse Konya. Quando Mevlana descobriu que Shams havia ido embora ficou muito deprimido e enviou seu filho e aprendiz, Sultan Veled, para que trouxesse Shams novamente para Konya. Veled teve sucesso em sua busca, encontrou Shams em Damasco, e conseguiu traze-lo de volta. Com a volta de Shams a Konya, novamente a sociedade local e seus seguidores ficaram desconformes com a situação, e uma noite Shams foi assassinado e seu corpo foi encontrado em um poço. Após a morte de Shams Mevlana declarou que antes de conhecer Shams ele não era nada, que somente após o encontro com Shams ele se tornou um mestre completo. Com a morte de Shams Mevlana perdeu seu parceiro de conhecimento e amor divino, no entanto, após recobrar-se da perda, Mevlana encontrou novos parceiros, sendo que o último deles, Chalabi Husameddin, foi o que escreveu o Mathnawi, a obra mais conhecida de Mevlana, que consiste em um conjunto de idéias místicas e pensamentos, expressos através de contos co-relacionados. O Mathnawi foi escrito em persa, datado de 1278 (sua cópia original se encontra no Museu de Mevlana). Mevlana morreu em 1273, e foi sepultado junto a seu pai, onde foi construído um mausoleo, conhecido como a cúpula verde. Após a sua morte, o filho Sultão Veled fundou a ordem dos derviches girantes, a ordem Sufi Mevlevi. Mais tarde, Veled foi enterrado lado a lado de seu pai (onde está até hoje), dentro do Museu Mevlana.
A último desejo que Mevlana deixou foi o seguinte:
"Os deixo com um desejo,ocultamente e obviamente, de ter medo de Allah, de comer pouco
de dormir pouco,de falar menos,de ficar em duvida sobre os pecados,de seguir orando e jejuando,de estar longe dos desejos,de resistir as torturas e as penas da sociedade,de não ter relações com pessoas dissimuladas e grosseiras,de estarem juntos de pessoas boas e cheias de graça"
O principal lema de Mevlana, base de sua filosofia consistia na seguinte frase: " Venha quem quer que seja, errante, religioso,amante do conhecimento, não importa, não é desespero nossa caravana, venha mesmo que por mil vezes tenha quebrado o seu voto, venha, venha e mais uma vez venha"
Bom, para terminar esse post comentarei sobre as fotos que tirei, infelizmente só do lado de fora do museu, pois é proibido fotografar o a parte mais linda do museu que é a tumba de Mevlana e do filho Veled. O lugar por si só vale a pena conhecer, e é indescritível a força espiritual que se sente no lugar! É tanta energia espiritual que quando saí do museu tive a sensação de estar muito cansada, de ter andado quilômetros e quilômetros a pé, mas saí feliz e ao mesmo tempo renovada. Vale ressaltar que a ordem sufista Mevlevi é apenas uma das 300 ainda existentes nos dias de hoje.
Foto 1: Domo verde, onde se encontra a tumba de Mevlana e do Filho Sultan Veled
Foto 2: Detalhe da porte de saída do museu, esculpida no estilo Seljúcida da época em que foi construída a tumba.
Foto 3:Fachada do Museu e Tumba
Foto 4: Cemitério Derviche ao lado do Museu
Foto 5: Detalhe da porte de entrada do Museu










sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Culinaria turca -Sıkma e Gözleme













A culinaria turca, e muito diversificada, tradicional e realmente muito rica e saborosa, sendo considerada uma mistura das cozinhas da asia central, do oriente medio e dos balcas. Pensando sobre esse tema, resolvi escrever alguns posts sobre o assunto. Geralmente o mundo ocidental confunde a culinaria turca com a arabe, com a grega e, tambem, com a armenia, pois muitos dos pratos sao praticamente os mesmos, o que mudam sao os nomes em alguns casos. Isso acontece devido a marcante epoca do imperio otomano que deixou varios tipos de herança, entre elas a culinaria. Em tempos otomanos a cozinha do palacio era algo que tinha uma extrema importancia dentro da hierarquia palaciana da epoca e funcionava "militarmente" .
No post de hoje vou comentar sobre o sıkma e o gözleme que consistem em algo parecido com os nossos crepes, recheados normalmente com queijo, espinafre, batatas ou carne moida. A comida e tipica das zonas rurais da Turquia (por ser de facil preparo e economica) e preparada em pequenas mesas de madeira, circulares, e cozida em grandes circulos de ferro onde as mulheres se sentam no chao e preparam esse delicioso tipo de "fast food" a "la turca" . A primeira vista o sıkma e o gözleme seriam a mesma coisa, no entanto, o sıkma e servido em forma de "rolinhos"(ver foto) e o gözleme tem a forma mais triangular ou quadrada (ver foto), mais parecida com o nosso crepe, a massa no entanto, e mais sequinha, nao tem a mesma umidade do crepe.
Segue receita para quem quiser preparar o sıkma ou o gözleme (receita adaptada aqueles que nao tem o circulo de metal usado para o cozimento):

2 copos de farinha de trigo
100ml de agua
1 colher de sobremesa de sal

Modo de preparo

coloque a farinha e o sal numa superficie lisa (pode ser uma mesa) e va acrescentando a agua aos poucos, sempre amassando a massa para que fique consistente. cubra a massa com um pano umido e deixe descansar por 30 min.
Prepare o recheio de sua preferencia, queijo tipo ricota, carne moida ou espinafre cozida e temperada.
Divida a massa em bolinhas de tamanho medio (ver foto), que caibam no meio da palma da sua mao.Com um rolo de abrir massas abra cada uma das bolinhas de forma que tenham mais ou menos 30 cm de diametro e que tenham forma circular (ver foto).
Coleque na frigideira com um pouquinho de oleo e asse dos dois lados. Coloque o recheio na parte central e enrole para que fique em forma de rolo (isso no caso do sıkma)
Para quem decidir fazer o gözleme, a massa e a mesma tudo igual, apenas que quando for abrir as bolinhas em formas circulares, nesse momento, vc devera colocar o recheio na parte central, fechar em forma triangular ou retangular, e dai entao colocar na frigideira e assar dos dois lados.
Tanto no preparo do sıkma como do gözleme, se durante o cozimento a massa estiver muito seca, pincele levemente de ambos os lados com manteiga ou margarina.



terça-feira, 30 de novembro de 2010

Museu de Rize 2












Mais umas fotos do Museu de Rize
Foto 1: Móveis georgianos;
Foto 2: Sinos de igrejas cristãs, também da Geórgia;
Foto 3: Alcorão impresso na época do Sultão Abdülmecit;
Fotos 4 e 5: Bonecos de cera imitando cenas da vida cotidiana, do século passado, das famílias residentes na região do mar negro.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Museu de Rize












A cidade de Rize além de ser um local bem agradável e acolhedor, como já mencionei em uma postagem anterior, possui um bem organizado museu, dedicado a retratar a vida de outrora nas cidades da região do mar negro, bem como mostrar um pequeno acervo de peças da época do império otomano e, também, peças originárias da Gerórgia. Na visita ao Museu de Rize fomos recebidos pela arqueóloga responsável pelo local, que muito gentilmente nos proporcionou uma excelente visita guiada , e demonstrou mais uma vez o que se sente quando se visita a região do mar negro: hospitalidade e receptividade para com os turistas.
Vamos as fotos:
Foto 1: Fachada do museu
Foto 2: Réplica de depósito de madeira utilizado nas áreas rurais de Rize, onde os fazendeiros armazenam chá, amêndoas, milho, etc construídos especialmente sobre grandes pés de madeira a fim de evitar que ratos e outros roedores possam ter acesso ao local;
Foto 3: Bonecos de cera que retratam a vida de uma típica familia, onde a mulher trabalha como tecelã, fabricando as roupas dos membros da família;
Foto 4: Objetos da época do império otomano, onde se pode ver uma calendário, livros do alcorão, carimbos reais, etc;
Foto 5: Móvel de origem georgiana.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Monastério de Sumela 3
















A seguir mais umas fotos desse lindo lugar que é o Monastério de Sumela, onde o visitante pode sentir a paz e a tranquilidade que somente um lugar de fé, oração e espiritualidade pode nos proporcionar, independente da religião, credo ou filosofia espiritual de cada um.

Monastério de Sumela 2
















Continuando a postagem anterior, o Monastério de Sumela possuía diversas instalações, tais como biblioteca, cozinhas, salas de jantar, sala de orações, capelas, quartos de estudantes e casa de hóspedes. Os afrescos pintados na capela principal de orações foram pintados em 3 épocas diferentes, todas durante o começo do século XVIII. Além das instalações principais, para os homens, o monastério possuía um pequeno e simples complexo localizado ao lado, onde as mulheres (freiras) eram abrigadas, no entanto, na área reservada às mulheres não existe nenhum tipo de afresco.

Monastério de Sumela
















Um dos mais bonitos e importantes pontos turísticos relativos a história da cristandade aqui na Turquia é o Monastério de Sumela. O Monastério está localizado na província de Trabzon (região do Mar Negro), na localidade de Maçka, dentro do Parque Nacional Vale do Riacho de Ouro (Altindere Milli Parki, em turco). Fundando em torno no ano 386 DC, época do reinado do Imperador Theodósios 1, por dois padres gregos, Barnabas e Sophronius. O monastério teria sido construído no local porque os mencionados sacerdotes teriam encontrado uma imagem da Virgem Maria em uma caverna próxima. Ao longo dos séculos, e dos impérios que se sucederam, o monastério continuou exercendo suas funções, sendo respeitado pelos governantes. Somente no século XVIII o monastério recebeu a pintura dos belíssimos afrescos (que contam a história de Jesus Cristo e da Virgem Maria) que se podem observar no local e uma quase total reforma. Entre os anos 1916-1918, Sumela foi capturado pelos russos durante a ocupação russa à Trabzon, sendo em 1923 totalmente abandonado. O acesso ao monastério é feito de carro, até um certo ponto, depois o visitante deve percorrer cerca de 1 km a pé, em seguida subir uma escadaria alta, passando ao lado do antigo aqueduto, para então chegar ao local de fato.

sábado, 13 de novembro de 2010

Museu do Chá -Rize parte 2












Uma das tradições aqui na Turquia é oferecer chá aos visitantes como demonstração de hospitalidade. Onde quer que você vá, casa de amigos, parentes, lojas, etc você será recebido com uma xícara de chá aqui na Turquia. Como já comentei em posts anteriores, os turcos gostam e sabem como fazer um bom e interessante museu. E como não poderia deixar de ser, existe o Museu do Chá, localizado na cidade de Rize, na costa do Mar Negro, principal produtora de chá no país, por seu solo especial, apropriado a esse tipo de cultivo. O consumo de chá na Turquia remonta aos tempos do final do império otomano, quando os turcos perderam boa parte de seu território, inclusive a área onde se localiza o atual Yemen (que na época era o local onde se produzia café para o império). Como era muito caro importar o café, os turcos passaram a consumir o chá alternativamente, e logo o mesmo se tornou "bebida nacional". O tipo de chá mais consumido por aqui é conhecido como Chá de Rize (ou chá turco), que seria o nosso chá preto.
Nas fotos vocês poderão ver as maquinas e instrumentos utilizados em diversas epocas para a produção do chá, os mais diversos tipos de chá, e foto da fachada do museu. O Museu do Chá pertence a maior fábrica produtora e exportadora do produto, a Çaykur.